João Pereira Oliveira acordou depressa naquele dia. Mal dormira. Levantou sonhando, pensando ansioso no dia que já vai ser. Dentes perfeitos, banho tomado, cabelo escovado: é hora de ir. Abre a porta do quarto, puxa a gaveta, procura daqui e bagunça dali, pega três dinheiros – “beijo, mãe!” - fecha a porta de casa e lá vai. Adorava o cheiro de dia nascendo, “o perfume da alvorada” dizia, quase suspirando. Dona Maria, a dona da floricultura - “Rosas?”. “Uma só, por favor: aquela das pétalas bem formosas, se possível for”, responde o educado João. Ele acha um, dois, três dinheiros (os mesmos que catou da gaveta do armário) e troca pela flor e as formosas pétalas. Ganhou também, nem percebeu, o sorriso simpático da velha Maria - senhora que adora o brilho dos jovens em jovens amores. Luiza de Lurdes olhava, serena, a cada pedalinho da Lagoa. Gostava do jeito calminho que tudo por lá se envolvia. A harmonia das águas, os braços do Cristo e até o cheirinho da pipoca
- Gerar link
- Outros aplicativos